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Alegado homicida, de 21 anos, romeno, da mesma nacionalidade que um ferido grave, ficou em prisão preventiva. Vítima mortal, de cerca de 30 anos, era ucraniano. Residiam todos juntos

Depois de uma noite em que o álcool terá jorrado em abundância, três trabalhadores imigrantes, dois romenos e um ucraniano, enredaram-se numa cena de pancadaria. Este último acabou atingido com uma cadeira na cabeça, tendo morte imediata. Um dos romenos ficou gravemente ferido. O outro, o alegado homicida, foi detido no local pela PSP e ouvido ontem de manhã no tribunal de Oeiras. O juiz de instrução criminal decretou a prisão preventiva.

Tudo aconteceu num pacato lugar chamado Penedo, em S. Domingos de Rana, concelho de Cascais. Os três imigrantes, trabalhadores da construção civil, residem num pequeno anexo situado num terreno que, segundo nos informaram, será propriedade do empreiteiro para quem trabalham. Na sexta-feira, ao início da noite, terão saído para fazer algumas compras e, aproveitando o embalo, beber também uns copos. Quando regressaram a casa seriam perto das 22.30, contou-nos uma vizinha que reside perto do local.

"Um deles não se aguentava em pé", frisou. Os três estariam embriagados, fazendo algum barulho que chamava a atenção dos vizinhos distanciados ainda bastantes metros. O ambiente é rural e só existem vivendas em volta. Mas, naquele momento, nada de especial aconteceu. Nas mãos levavam sacos que se presume transportarem mais bebidas alcoólicas para prolongarem a noite.

Segundo a PSP, os desacatos mais graves terão corrido por volta da 01.30 de sábado. Foi nesta altura que a autoridade foi chamada ao local. Quando lá chegaram os agentes, já um dos indivíduos estava em paragem cardiovascular. Um outro estava gravemente ferido. Ambos foram conduzidos para o Hospital de São Francisco Xavier pelos bombeiros de Parede.

O alegado homicida nem sequer reagiu à chegada dos agentes da PSP da esquadra de Trejouce. A detenção realizou-se logo no local, tendo sido depois entregue à Polícia Judiciária que é quem tem competência legal para investigar este tipo de crimes. Ontem de manhã foi conduzido ao tribunal de Oeiras para ser ouvido pelo juiz de instrução criminal, o que acabaria por acontecer somente à tarde. O magistrado do Ministério Público propôs a medida de coacção mais grave, a prisão preventiva, que foi aceite pelo juiz. O facto de tratar de um cidadão estrangeiro, em que era iminente o perigo de fuga, justificou a decisão judicial.

O ambiente de Penedo sugere uma apatia em que nada acontece. Nem mesmo a intervenção da Câmara. Uma ruas estão alcatroadas, outras não; há canos de abastecimento de água a casas à vista; parece que tudo está parado à espera que se inicie a construção da nova via que vai dividir o lugar ao meio. Foi difícil encontrar alguém que já soubesse da tragédia ocorrida na madrugada de ontem, nem mesmo os taxistas. Aliás, quando percebiam o que se tinha passado ficavam surpreendidas. Nada parecido acontecera ali antes. Penedo situa-se a15 minutos a pé da praia de S. Pedro do Estoril e acolhe muitos imigrantes, sobretudo de nacionalidade brasileira.