Căutare Numele cotidianului: Diário de Notícias (Cotidianul de Ştiri) A revolução romena produziu extensas mudanças no país, mas uma parte do antigo regime conseguiu sobreviver. Os acontecimentos foram genuinamente populares, como se pode ver na imagem à direita, e violentos, como se vê à esquerda. O balanço oficial foi de 1104 mortos e 3552 feridos. A memória dos anos da ditadura e das dificuldades da transição está no centro desta visão em oito pontos. A Roménia aderiu entretanto à União Europeia, mas vive numa fase difícil, em que se enfrentam forças liberais e partidos pós-comunistas que evoluíram do antigo partido único. O conflito não está resolvido. A vencedora do Prémio Nobel da Literatura deste ano, Herta Müller, pertence à etnia alemã do norte da Roménia. A terra natal da escritora, Nitchidorf, é uma pequena vila a 30 quilómetros de Timisoara, cidade em cuja universidade Müller estudou. Nascida em 1953, a escritora alemã viveu na Roménia até 1987. Num livro traduzido em português, A Terra das Ameixas Verdes, a autora faz o terrível retrato da paranóia de um regime que ela acredita manter raízes na actualidade. Em Estocolmo, na semana passada, Müller explicou que a ditadura deixou uma herança: "A antiga Securitate e a nomenclatura do partido mantiveram uma forte rede e através das privatizações ocupam quase todas as posições-chave da sociedade", disse a escritora. A localidade onde ocorreram as primeiras manifestações contra a ditadura fica no norte, a uma centena de quilómetros da fronteira húngara. Com 300 mil habitantes, Timisoara é a segunda maior cidade do país. Nesta região vivem comunidades húngaras e alemãs. Ao longo da semana, decorreram ali cerimónias de comemoração dos protestos de 1989, com a presença de uma das figuras centrais na transição dos países do leste europeu, o ex-presidente polaco Lech Walesa. As questões étnicas tiveram importância na revolução e na política do período de transição. O peso das minorias étnicas romenas não é consensual. Os números oficiais apontam para uma minoria húngara de 6-7%, restando apenas 60 mil alemães. Estas minorias estão a diminuir depressa, devido à emigração e concentram-se no norte. Há ainda sérvios, búlgaros e gregos, entre outros. A maior dúvida é sobre os ciganos, que os números oficiais estimam em 2,5%, ou 500 mil. Mas os ciganos dizem ser discriminados e afirmam ser mais de 2 milhões na Roménia. Nestes 20 anos, a discriminação étnica e económica tem sido uma das causas da emigração das minorias. O nacionalismo era aliás uma das armas usadas por Ceausescu para controlar o país e o tema tornou-se recorrente na era da transição. Isto explica que Lászlo Tökes, o pastor húngaro que provocou o colapso do regime comunista, tenha sido esquecido após a revolução. A transição para a democracia foi sempre controlada por membros do partido e a morte do ditador está ainda hoje rodeada de enigmas. O fracasso da fuga de Ceausescu é estranho, apesar da explicação do atraso provocado por Elena, que quis recuperar as suas jóias. E quem mandou matar os Ceausescu? E qual a razão de não terem sido investigados os massacres de Timisoara, que incluem tiroteios num hospital, com feridos a serem executados? Para muitos, a explicação é óbvia: a Roménia ainda não ajustou contas com o passado. Este ajuste de contas está a ser feito pelo novo cinema romeno, considerado um dos melhores da Europa, impulsionado por uma geração de cineastas com idades à volta de 30 anos. A Morte do Senhor Lazarescu, de Cristi Puiu (2005) ou 12:08 A Leste de Bucareste (na imagem) fizeram boas carreiras internacionais. Este último, realizado por Corneliu Porumboiu, venceu a palma de ouro do Festival de Cannes em 2006. Há outros nomes, mas sobretudo criatividade e uma base técnica elevada: os estúdios romenos têm custos baixos e são utilizados para filmar partes de filmes de Hollywood, o que permite manter uma indústria com futuro. A política romena teve entretanto um novo momento decisivo. A segunda volta das presidenciais, a 6 de Dezembro, foi disputada entre o reformista Traian Basescu e o pós-comunista Mircea Geoana. Basescu ganhou por margem mínima (menos de 70 mil votos), mas a contestação dos resultados não avançou. Muito polémico, o presidente reeleito promete abrir os arquivos da Securitate e eliminar da sociedade todos os traços do antigo regime. A sobrevivência parcial do antigo regime (corrupção e autoritarismo), conforme refere Herta Müller, não evitou a adesão da Roménia à União Europeia, em 2007. Há críticos para quem este alargamento foi um erro, pois a promessa de adesão obrigava o país a fazer reformas. Bruxelas, exasperada pelo nível de corrupção, suspendeu uma ajuda financeira de emergência até que houvesse um orçamento credível. A primeira fatia do empréstimo de 20 mil milhões de euros (UE, FMI) poderá ser aprovada em breve: o novo governo vai limitar o défice de 2010 a 7,3% do PIB. A situação económica é difícil. 0 país espera um empréstimo internacional de emergência para pagar compromissos, mas terá de cortar no défice mais depressa. O PIB deverá crescer 1,3% em 2010. Em 2009, estima-se que a queda da economia tenha sido de 7%. País pobre e ainda isolado, a Roménia tem desemprego elevado e um sistema bancário frágil. |
Centrul de Documentare ISPMN a iniţiat un proiect de monitorizare a presei pe tematica reprezentării minorităţilor naţionale. În cadrul proiectului sunt monitorizate versiunile online ale mai multor cotidiane naţionale, atât în limba română cât şi în limba maghiară. În munca de colectare a materialelor beneficiem de aportul unui grup de studenţi ai Universităţii Babeş-Bolyai, Facultatea de Sociologie şi Asistenţă Socială, fapt ce ne oferă posibilitatea unei dezvoltări continue a bazei noastre de date. Proiectul de monitorizare a presei doreşte să ofere celor interesaţi, posibilitatea de utilizare a acestei baze de date în viitoare analize. |